sábado, 21 de maio de 2011

Réu é condenado por obrigar jovens a pular de trem em movimento

O juiz Alberto Alonso Muñoz condenou na noite desta sexta-feira Juliano Aparecido de Freitas, o Dumbão, a 24 anos e 6 meses de prisão por obrigar dois jovens a pular de um trem em movimento há oito anos na cidade de Mogi das Cruzes, Grande São Paulo.

Cleiton da Silva Leite, então com 20 anos, morreu. O amigo que estava com ele, Flavio Augusto do Nascimento Cordeiro, que tinha 16 anos na época dos fatos, perdeu um braço em função da queda.

Apesar da condenação, ele poderá recorrer da sentença em liberdade em razão de um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado de defesa diz que irá recorrer.

Além de Dumbão, outros dois réus que ainda não foram a julgamento respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e tentativa de homicídio. Para o Ministério Público, Dumbão e os outros dois acusados – Vinícius Parizatto, o Capeta, e Danilo Gimenez Ramos são skinheads, grupo que costuma ser conhecido por pregar a discriminação contra negros, homossexuais, judeus e nordestinos. Na noite do crime, em 7 de dezembro de 2003, as vítimas Cordeiro e Leite usavam camisetas com nomes de bandas punk.

O julgamento, iniciado por volta de 13h, ocorreu no Fórum de Mogi das Cruzes. O juiz Alberto Muñoz pronunciou a sentença, após a votação do júri, às 21h35.

Ao ser interrogado, à tarde, o réu negou ter cometido o crime. “Compareci aqui com o coração aberto, sem culpa alguma”, disse ele aos sete jurados. No processo, os outros dois réus também negaram ter jogado Leite e Cordeiro do vagão do trem em movimento. O caso ocorreu em uma composição da linha E da CPTM, próximo à Estação Brás Cubas.

O processo contra os três réus foi desmembrado e cada um responde aos crimes em separado. Segundo o TJ-SP, a estimativa é que Parizatto seja julgado em 15 de maio de 2012. A data do júri de Ramos ainda não foi marcada. A defesa de ambos recorre da decisão da Justiça.

Na época do caso, os agressores foram identificados após serem reconhecidos por testemunhas. As imagens deles foram gravadas pelas câmeras de segurança da CPTM e divulgadas. O momento do salto e a queda das vítimas também foram filmados pelo sistema interno da rodovia. As cenas mostram o desespero das vítimas obrigadas a pular.

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